De repente 30 e novas escolhas

De repente tudo muda, e o que não muda fica pra traz, antigas escolhas, metas alcançadas, sonhos e objetivos realizados. O importante é estar firme, certo de que o futuro sempre será surpreendente.
Os recuerdos são latentes, dá pra lembrar até de quando se era criança e a mãe pegava pela mão e levava pra escola com a lancheira cheia de surpresas. Novos colegas, novas letras, novas palavras e professoras, sim a maioria era mulher. Parece que os homens nunca existiram na alfabetização. Talvez porque eles sejam totalmente incapazes de alfabetizar. É só olhar pro lado e ver como os homens tratam seus filhos, imaginem se fossem seus alunos. Certamente sairiam correndo...
Depois a aborrecência, tadinha da minha mãe, Mãe Coragem. É fato comprovado que a a adolescência é o período mais conturbado de nossas vidas, tudo é descoberta e tudo é onipotência, nada irá nos atingir, somos invencíveis e todos-poderosos. Depois que isso passa percebemos o quão certas são as nossas mães ao nos conduzirem pela vida afora.
É difícil, mas enxergamos finalmente o terrível espelho que está diante de nós:" E agora José?" Diria Drummond, a festa acabou, a luz se apagou, e agora José?
Começa a correria, a faculdade, difícil escolha, os estágios, a primeira Pós-Graduação, enfim, escolher uma profissão, onde a mãe não irá mais poder nos levar, muito menos pela mão e com as surpresas da lancheira.
É cada um por si na correria do dia-a-dia. Novas escolhas, novos amigos, novas experiências e contatos, muitos contatos.
Então passa a Faculdade a Especialização, vem o Mestrado, e dúvidas, a estas cruéis dúvidas. Eu quero a minha lancheira.
Enquanto leio uma pesquisa, viajo nas palavras de Vinicius. O de Moraes, não é qualquer Vinicius.
Passada a tormenta, adivinhe?! vem mais um mar revolto pela frente, escolhas, experiências, ideais e a cruel e fria realidade. Ela é seca, severa, dura como rocha, mas tão simples de compreender. Basta descobrir os olhos, mirar com a razão e escolher o que o cérebro analisa, a emoção conta, mas bem pouquinho. Cuidado é preciso não se emocionar, ela é uma péssima conselheira.
Ops! chegou o aniversário, de repente 30, a fase Balzaquiana, a mais linda da mulher, mas em pleno séc. XX1's, os 30 são diferentes dos 30 de Balzac, são mais enérgicos, mais jovens e ainda mais complexos. Filhos, família, que é isso? Só depois da carreira.
O bom de se ter 30, é todo mundo dizer que parece que você tem 20.
O bom de se ter 30, é ligar pra mãe quando está com saudade e poder dizer que a ama, e que é bom tê-la por perto e saber que ela torce por você e por suas conquistas.
O bom de se ter 30 é se ter amigas em quem confiar, amigos com quem aprender e muitos chefes para se saber o que não se deve repetir.
Escolhas, cada um tem a sua, e o que importa é analisar, refletir sobre o que realmente importa pra você e pra mais ninguém.
De repente 30, e o aluguel é seu, a geladeira é sua, a lancheira é você quem preenche, mas a mãe sempre estará lá pra dar a mão, ainda que em pensamento.
As escolhas sempre serão suas e de mais ninguém.
E que venham os 40 e todos os ENTA's.



Lorena Robaina

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