Tenho
lido muito sobre a formação das funções cerebrais no aspecto emocional e a
importância do desenvolvimento saudável da primeira infância para que a criança
se torne um adulto seguro e capaz de ter entendimento de suas emoções sem que o
desequilíbrio e as reações negativas tomem conta de suas respostas cerebrais.
Esse texto trata-se de mais uma reflexão,
não é um artigo científico, mas uma análise do que devemos priorizar na educação
e desenvolvimento de nossas crianças para que sejam adultos saudáveis.
Estamos acostumados a enxergar a doença
física, mas esquecemos que a doença mental também existe e de forma silenciosa
ela vai tomando conta dos pensamentos e das ações de adolescentes e adultos.
Temos a resposta pronta segundo
Pitágoras: "cuide da criança e então não será preciso castigar o
adulto". Ou eduque agora e coloque limites para criar um bom cidadão.
Será
que é tudo isso mesmo ou tem mais perguntas? Seria assim tão simples, com essa
fórmula pronta: educação da criança = adulto feliz. E precisamos ser felizes o
tempo todo? A tristeza não pode acontecer?
Acredito que a educação nunca
para, ela nos transforma o tempo todo. Enquanto existe vida, existe ato
educativo.
Nunca,
jamais estaremos prontos.
Existem tantas teorias, tantos
pensamentos e teses e conversas e juízes de Facebook como diz a música.
O
certo? O que seria correto pra mim, não seria o mesmo pra você. Cada um é um
ser indivisível e único. Difícil chegar a uma fórmula pra cada indivíduo. Porque
simplesmente, ela não existe.
Existem
prioridades, experiências que vivemos na escola, na família, na sociedade, mas
cada um decide suas próprias escolhas. Então: autonomia.
Criamos
filhos para serem seres autônomos, bons cidadãos. Será mesmo?
Será que com
o passar dos anos lembramos que estes filhos não são apenas nossos. Não podemos
influenciá-los o tempo inteiro. Ou simplesmente libertá-los quando fazem algo
errado. Como o caso daquela juíza que agilizou o processo de dois filhos
marginais.
Obviamente não
seria fácil para qualquer mãe ver seu filho sofrendo no péssimo sistema penal de
nosso país. Mas seria justo por conta do cargo que ocupa, uma mãe “mexer os
pauzinhos” e dar um “jeitinho brasileiro” pra resolver a má conduta de seus
filhos?
Quem errou?
Interessa mesmo apontar nomes?
A influência
que os pais ou cuidadores têm sobre suas crias é tao primordial que somos assim
responsáveis por toda uma conduta existencial e moral?
Talvez não
toda, mas uma boa parcela.
Não podemos
simplesmente fechar os olhos para nossos atos e nosso comportamento em relação aos
nossos filhos. Eles estão nos observando e seguirão nos imitando até
compreenderem qual é o comportamento deles e qual é o nosso de uma maneira divisível.
Pais são heróis?
Seriam mesmo todos os pais os heróis de nossos filhos? Não, e tomara que não.
Imagina um
pai ou uma mãe marginal, violador dos direitos de outrem ser o exemplo
de conduta para um filho. Seria o caos.
Mas enquanto há vida, há educação.
E quem
poderia nos salvar? Não daria para ser o Chapolin Colorado. É um todo. Um combo
entre família, escola, sociedade e diversos sistemas educacionais.
Sorte
daqueles que decidem viver. Cada um pode ter a pior história possível, mas
também fará a sua escolha pelo caminho a seguir.
E um viva à Educação,
e que ela nunca se abale mesmo nestes dias de incertezas.
Lorena Robaina
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